Holanda Expande Eutanásia Outra Vez – Mais Paralelos com o T4 Nazi…

A Casa das Aranhas há anos que tem vindo a avisar para os perigos de abrir o precedente que é a legalização da Eutanásia. A argumentação é baseada no perigo de esta ser introduzida para casos extremos, de grande sofrimento e doença terminal, mas que poderá ser depois expandida, sobretudo tendo em conta que os Estados um pouco por todo o mundo têm interesse em reduzir o números de idosos por causa daquilo a que chamam, incessantemente, de “insustentabilidade da segurança social” e alegada insustentabilidade das pensões. Argumentos esses que, obviamente, costumam ser altamente exagerados e factualmente incorrectos- mesmo assim podemos chegar facilmente à conclusão que muitos Estados vêm esta ameaça, a que alguns comentadores mais desatentos (e idiotas) chamam de “peste grisalha”, como sendo real, pelo que é natural que desencadeiem ações e medidas para “resolver” este “problema”. Excepto que para eles, o problema são os idosos, somos nós, agora ou mais tarde. A falta de respeito absoluto que os Estados pelo mundo fora têm demonstrado pelos idosos e pessoas com necessidades de tratamento especiais, como cuidados paliativos, é das melhores e mais fáceis maneiras de ver a verdadeira cara do nosso sistema político. Para eles, os idosos não são humanos, são encargos. O sistema político sob o qual vivemos, infelizmente, é assim mesmo.

A Holanda é um caso de estudo em que estes receios se têm mostrado absolutamente legítimos e prescientes- o país acaba de aprovar a legalização da Eutanásia para casos de demência. Fica então mais dificil de levar a sério os que nos prometem que a infame Rampa Deslizante da Eutanásia é uma mera ilusão e falácia. Não é.

Já em 2014, fazendo alusão ao programa T4 Nazi, que começou como um programa de eutanásia, a Casa das Aranhas, no artigo entitulado “A Eutanásia e o Renascimento do Nazismo na Europa”:

“Ignorar precedentes históricos de como a legalização da eutanásia pode ser utilizada pelo Estado com resultados trágicos, e o exemplo especifico do holocausto, que demonstra o imenso perigo que conceder o direito ao Estado de assassinar seres humanos arbitrariamente representa para as liberdades individuais, é equivalente a ignorar uma das grandes lições da história do século XX. Foi este o século no qual o assassinato em massa das secções da população consideradas como sendo inferiores pelo regime do III Reich, nomeadamente os deficientes, homossexuais, Judeus, Ciganos, testemunhas de Jeová, dissidentes políticos e todo o tipo de resistentes, entre outros grupos, foi levado a cabo numa escala nunca antes vista.

É um facto pouco conhecido que o holocausto e todo o programa de assassinato em massa recorrendo a processos e metodologias industriais começou com o Programa T4, um programa de eutanásia cuja função era acabar com a vida de pacientes com doenças terminais que eram considerados como um encargo excessivo para o Estado e para a sociedade.

T4
Um poster Nazi sobre o Programa T4 afirma: “60.000 Reichsmark é quanto custa esta pessoa que sofre de um defeito hereditário à comunidade do Povo durante a sua vida. Concidadão, este é o seu dinheiro também. Leia ‘O Novo Povo’, a revista mensal do Gabinete de Política Racial do NSDAP.”

E que não haja dúvidas. O perverso e ignóbil Programa T4, Aktion T4, dos Nazis, foi uma peça fundamental no começo do Holocausto, o qual levou ao assassinato em massa de milhões de pessoas- Judeus, Ciganos, Homossexuais, Doentes, pessoas com defeciências- todos eram considerados “indesejáveis” pelo regime Nazi, que os via não como seres humanos, mas como seres inferiores e encargos financeiros desnecessários. Existe um documento que prova que Adolf Hitler autorizou o programa T4 pessoalmente, tal era a sua importância na estratégia e ideologia Nazi:

Erlass von Hitler - Nürnberger Dokument PS-630 - datiert 1. September 1939.jpg
A Autorização pessoal de Adolf Hitler para expandir o Programa T4-
“O Reichsleiter Bouhler e o Dr. Brandt, MD, serão responsáveis ​​pela ampliação da autoridade de determinados médicos, a serem especificamente nomeados, de tal maneira que as pessoas que, segundo o julgamento humano, são incuráveis, possam, mediante um diagnóstico mais cuidadoso de sua condição. da doença, seja concedida uma morte misericordiosa.
Berlim, 1. setembro 1939 – (assinado) A. Hitler

Devemos a todo o custo evitar voltar a deixar que se cometam os mesmos crimes contra a humanidade do passado. E tal só é possível se olharmos para a Eutanásia com o cuidado que merece, com a atenção ao detalhe que um tópico tão sensível merece, e sobretudo, apercebermo-nos que qualquer legalização da Eutanásia abre um precedente legislativo perigoso e que deve ser tratado como tal.

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