Jair Bolsonaro é o exemplo vivo do que de pior pode acontecer a uma sociedade livre liderada por uma pessoa inculta, com sede de poder e com tiques totalitários pseudo-militares de direita e falsos laivos de religiosidade. Parece evidente a tentativa de colagem do Presidente do Brasil ao Presidente Trump. A diferença é que, enquanto Bolsonaro sempre foi um incompetente, um inútil e um oportunista social toda a sua vida, Trump já provou, apesar de muitos discursos e ideias idiotas que tem, ser um empresário de sucesso e de ter uma noção muito real dos mercados económicos internacionais e nacionais e do seu funcionamento estratégico.

Bolsonaro é todo o contrário. Um político que nem consegue articular uma frase de português do princípio ao fim, sem introduzir terminologia brejeira, ofensiva ou até ordinária. Ataca princípios básicos da democracia revelando não só um total desconhecimento das leis da república como proferindo calinadas jurídico-administrativas que equivalem ao pensamento de uma criança de 4 anos de idade. A forma como foi simulado o seu atentado antes das eleições que levaram à sua vitória são mais uma prova dos esquemas e manhas que utilizou e utiliza para enganar um povo simples, sedento de dinheiro para manter a cabeça à tona de água. Os níveis de pobreza material e intelectual dos seus apoiantes permitiram que o fenómeno Bolsonaro ascendesse ao poder. E agora terão de viver com os seus erros talvez durante décadas. É que Bolsonaro tem elegido vários militares de topo para cargos do Governo, na esperança de conseguir montar uma ditadura militar e acabar com a república atual.

Conhecido já nas redes sociais por cognomes de significado tão óbvio como Bostonaro (bosta), Bronconaro (bronco) ou Bozonaro (palhaço), Jair é o alvo de cada vez mais ataques pelo seu discurso vazio de decisões governativas sérias e por usar da palavra para proferir apenas disparates e ataques aos seus opositores. Mas pior que a sua governação desconcertantemente desorganizada e disléxica, foi o rol de disparates que proferiu e tem proferido acerca da pandemia do novo coronavírus. Devido a ter ignorado quase todas as recomendações da OMS, Jair incentivou fortemente o povo a ignorar os avisos internacionais sobre o perigo de contágio do vírus. E o resultado está à vista: mais de mil mortos por dia. O Brasil passa para n.º 2 da lista de mortos diários pela Covid-19.

Por esta razão, e porque Bolsonaro já provou não ter o menor senso de responsabilidade e seriedade para dirigir uma nação com mais de cerca de 210 milhões de pessoas, as instituições judiciais nacionais têm de agir, o mais rapidamente possível para destituir este incapaz e incompetente para a função. Os seus sinais de debilidade mental para o exercício do cargo, após uma avaliação da sua saúde mental, serão suficientes para gerar novas eleições. A morte de milhares de brasileiros já pesam na direção irresponsável da sua governação. Mas pior do que tudo, é que a pandemia no Brasil ainda está no início, e o inverno acabado de chegar nesta região geográfica, vai criar condições propícias para transformar o Brasil num cemitério de muitos milhares que sucumbirão à Covid-19. Devido à falta de meios dos hospitais no Brasil, caos impulsionado pela inação de Bolsonaro, a tragédia vai alastrar seriamente também ao pessoal médico, diminuindo ainda mais a capacidade de resposta a esta tragédia.

Para além das questões que se prendem com a rápida proliferação do vírus no Brasil, Bolsonaro que se tem divertido com declarações de escárnio nas redes sociais e com entrevistas chocantes aos mídia relativamente aos mortos, revelando um gigantesco desrespeito pela vida humana e pelos cidadãos brasileiros, o Presidente tem incentivado os seus apoiantes a agirem contra os indígenas da Amazónia. Sendo o Brasil um dos principais fornecedores de madeira para os Estados Unidos e para a Europa de madeira barata, Bolsonaro decidiu desclassificar áreas gigantescas desta reserva única de vida selvagem, considerada como sagrada mundialmente, para as incendiar e devastar, cortando árvores com centenas de anos numa destruição de floresta nunca vista no Brasil. Em pleno lockdown, os seus “capangas” das empresas de madeira trabalharam sem parar no corte de árvores. O Brasil está a saque e Bolsonaro não parará, a menos que alguém tenha coragem de o enfrentar com a Lei.

E essa Lei é a Internacional dos Direitos do Homem e da Humanidade. A vida humana e a preservação das árvores é um assunto que cabe a todas as nações do mundo. O Globalismo tem de demonstrar neste caso a sua força. E Bolsonaro, com todos os crimes que já cometeu desde que foi eleito, já tinha o suficiente para uma pena de prisão perpétua. Os órgãos de influência e decisão internacionais têm de atuar. Bolsonaro tem de cair.

Texto de Pedro M. Duarte