Para muitos este ano de 2020 pode bem marcar o início da Nova Era tecnológica. O mundo inteiro ficou confinado às suas casas, a comunicar pela internet. A videoconferência generalizou-se a todos os setores da sociedade e o comércio eletrónico disparou em flecha. Todos concluímos que era possível vivermos da nossa casa, com uma simples deslocação semanal ao supermercado. Infelizmente para as famílias numerosas ou com menos conforto habitacional ou financeiro este período de confinamento gerou problemas novos que, nalguns casos resultaram em homicídio, violência doméstica ou agravamento do estado mental. Mas de uma maneira geral, e apesar da gigantesca crise económica que ainda se está a instalar, as pessoas encontram soluções digitais para a maioria das suas rotinas. Até os políticos e serviços estatais foram obrigados a adaptar-se num curto espaço de tempo a esta nova realidade. As empresas tentaram adaptar-se ao distanciamento físico dos seus colaboradores. O mundo parou. O ar sem a aviação comercial, os automóveis e sem a poluição industrial, ficou mais limpo. Uma forte nota positiva para o Ambiente. A redução da velocidade destrutiva de uma sociedade que se expandiu vertiginosamente nas últimas cinco décadas, mas que se encontra numa encruzilhada decisiva: continuar a destruir o planeta em prol de uma sociedade mais tecnológica e consumidora, ou abrandar o ritmo de vida mundialmente e começar a procurar verdadeiras soluções sustentáveis para a complexa sociedade global.
Esta paragem veio tornar evidente que a Glocalização terá de substituir rapidamente a Globalização a curto prazo, pois não será mais sustentável continuar a fomentar o comércio internacional de produtos básicos como os alimentos, que podem ser produzidos e adquiridos localmente, com exceção de alguns alimentos mais exóticos. A agricultura hidropónica e as hortas urbanas poderão marcar um enorme avanço na procura de soluções para o futuro das cidades. E as quintas verticais permitem uma maximização produtiva em pouco espaço, potenciais até para a produção de alimentos atualmente produzidos em climas muito específicos. Todo este sistema produtivo de plantas alimentares foi desenvolvido a pensar nas futuras colónias interplanetárias e representa o novo modelo de comportamento social. A maioria destes sistemas são também isentos de químicos nocivos e por isso, gerarão uma sociedade mais saudável. Abandonar aos poucos a produção animal extensiva trará também inúmeros benefícios, primeiro para a saúde humana, depois pelo maior respeito pelo reino animal, que tem sido barbaramente explorado de forma desumana nas duas últimas décadas, face à crescente necessidade de alimentos do mercado global. Os partidos dos animais têm-se multiplicado por inúmeros países e são também eles já um sinal da mudança. A crise económica que se instalou no seguimento do confinamento pandémico, apesar de negativa numa primeira análise, forçará o mundo a adotar uma vida menos consumista, mais próxima da vida dos anos 70 e 80. Assim, com o custo de vida a aumentar as famílias estabelecerão prioridades e reduzirão os consumos desnecessários ou até fúteis.

Mas, enquanto o mundo parou, Elon Musk preparava os seus inúmeros lançamentos de teste e as suas futuras missões à Lua e Marte. Por outro lado, alguns empresários multimilionários competem com Musk na exploração espacial e países como a China, Arábia Saudita e Índia estão a investir fortemente na mesma corrida espacial a Marte. Todos anunciam que estabelecerão a primeira colónia humana na Lua e em Marte. Hotéis e instalações serão construídos com o auxílio de gigantescas impressoras 3D e as últimas tecnologias de produção de plantas permitirão às primeiras colónias estabelecerem-se e serem auto-suficientes. Elon Musk prepara-se para criar os primeiros transumanos e ainda este ano lançará o primeiro modelo de implante cerebral – o Neurolink – que permitirá a conexão do cérebro humano com a internet e assim expandir e fundir estes dois mundos. Segundo alguns evolucionistas da atualidade este é o próximo passo lógico e incontornável da evolução do humano. Outros dizem que este será apenas um passo intermediário e que brevemente a Inteligência Artificial tomará conta de maior parte das decisões planetárias e substituirá a sociedade de humanos, por formas de vida mais eficientes, menos consumidoras e mais resistentes às exigências da exploração espacial: os robots. De alguma maneira todos nós temos este receio, mas a lógica parece indicar para esse futuro. Por agora, no entanto, a ideia de expandirmos a comunidade humana e de passarmos a ser uma espécie interplanetária desperta uma energia positiva nesta etapa evolucionista dos humanos.
Assim, enquanto Trump aprova a “corrida ao ouro“ dos minérios da Lua, o Dubai constrói a primeira cidade-modelo – a Mars Science City – que servirá de estudo para as primeiras colónias de Marte e Elon Musk projeta uma colónia de um milhão de humanos, no seu ambicioso projeto “Occupy Mars“. Enquanto a corrida para o espaço acelera numa competição empresarial e tecnológica sem precedentes desde a Apollo 11, outras empresas desenvolvem tecnologia de ponta na área da robótica ou até em modelos de naves espaciais mais próximos da realidade do Star Wars, por exemplo, com a criação do primeiro carro voador por japoneses ou um gigantesco robot sul-coreano digno da saga cinematográfica Transformers.
O mundo pára. Mas a sociedade futurista prepara-se para descolar. A Nova Era começou.

Texto de Pedro M. Duarte
Uma resposta
Toda a politica e pensada no sentido de contribuir para a felicidade das pessoas. Com o confinamento as pessoas foram felizes?
Penso que nao.
A felicidade decorre do convivio humano. Dos trabalhos conjuntos, do comercio de rua ,dos cafes, restaurantes, convivios de familia
S.
Se este e o futuro elr sera negro, triste e decadente.