BLM de Novo ao Rubro depois de Polícias Dispararem 7 Tiros nas Costas a Condutor Afro-Americano

Uma vez mais as imagens falam por si e são impressionantes. Dois polícias norte-americanos, auxiliados por outros dois, num verdadeiro copycat do caso George Floyd de maio deste ano, disparam à queima-roupa um total de sete tiros das suas armas automáticas nas costas da vítima que entrava no seu veículo onde o aguardavam os seus três filhos menores, com 3, 5 e 8 anos respetivamente e que assistiram a tudo. Mais um evidente caso de abuso de autoridade com, quase certas, motivações racistas. O homem está hospitalizado, ficou paraplégico e encontra-se com prognóstico reservado, mas, felizmente, parece estar a lutar contra a morte. Imediatamente foi posta a circular uma petição para responsabilizar judicial e criminalmente os polícias que abusaram da força apenas para deter este homem.

Claramente a polícia dos EUA precisa ser reciclada e receber formação adequada. Internamente tem igualmente de combater agentes racistas e até pertencentes a facções de extrema-direita e ao KKK. Disparar cobardemente contra um cidadão desarmado, pelas costas, sete tiros apenas para o imobilizar, depois de tudo o que aconteceu nos Estados Unidos devido ao caso Floyd, parece ser uma grave violação dos direitos de qualquer cidadão, em qualquer parte do mundo. Neste caso, parece até tratar-se de mais uma provocação. Obviamente que estes polícias não poderão continuar a exercer esta profissão. As polícias nos EUA estão claramente descontroladas e sem rumo. Atuam com total desrespeito pelas liberdades dos cidadãos e continuam a tentar disseminar um clima de medo junto da população afro-americana, a quem disparam por qualquer razão, tal como fazia o KKK nos anos 30 e 40 do século passado.

A resposta da população indignada não se fez esperar e foi marcada uma manifestação na cidade de Kenosha, em Wisconsin, onde ocorreu o incidente, para esta segunda-feira. Dois dias antes, outros protestos aqueceram também a cidade de Lafayette no Louisiana onde a polícia matou outro afro-americano de 31 anos no exterior de uma loja de conveniência, por alegadamente ter na sua posse uma faca. A comunidade negra está cada vez mais revoltada com a facilidade e ligeireza com que a polícia mata cidadãos negros por motivos tão superficiais, na maior parte dos casos apenas por desobedecerem às suas ordens excessivas ou por simples suspeitas. Em Kenosha os protestos acabaram por levar ao recolher obrigatório de emergência, pelo grau de violência urbana que atingiram. Ao que parece a onda de violência BLM vai recomeçar, talvez até com mais força. E os culpados são os políticos que deixam as polícias entregues ao seu livre arbítrio. Os EUA estão a atravessar um dos seus períodos mais negros, social e economicamente. Para além disso são o país n.º 1 em mortes pela Covid-19, à qual continuam a não dar uma resposta adequada. 2020 poderá ser o início do fim do imperialismo norte-americano, um modelo esgotado herdado do séc. XX.

Texto de Pedro M. Duarte

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