A Cumplicidade da Universidade de Coimbra com a Ressurgência do Autoritarismo em Portugal

Lá se vão os tempos onde as Universidades eram centros de pensamento critico e organização politica estudantil

Existem poucos exemplos que melhor demonstram a ressurgência do autoritarismo em Portugal do que a cooperação actualmente em curso entre a Universidade de Coimbra, o ISCA (‘International Security and Counter-Terrorism Academy’) e a Rand Corporation no âmbito do projecto SAFIRE (Scientific Approach to Fighting Radical Extremism’). O projecto SAFIRE visa ‘ganhar uma compreensão profunda dos processos que permeiam a radicalização nas suas formas mais extremas e melhorar intervenções para prevenir, parar e reverter processos de radicalização quanto estes se movem para a violência’. Para perceber esta série de eufemismos é necessário contemplar o contexto em que termos como ‘radicalização’ e ‘violência’ são utilizados no mundo moderno. Estes termos são muitas vezes utilizados de forma arbitrária por diferentes governos e pelo complexo militar-industrial Ocidental de forma a deslegitimar e vilificar todo o tipo de resistência contra as suas ações, seja ela violenta ou pacifica.

Ainda mais, as instituições que incorporam este projecto são instituições que fornecem estratégias militares, políticas e psicológicas para que os governos ou instituições que as encomendam possam perpetuar o seu domínio ou expandir o seu poder, sendo que o beneficiário deste será a União Europeia e os Estados que a compõe. O facto de ser a Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra que está a colaborar neste projecto demonstra em grande parte a natureza sinistra do mesmo. O SAFIRE não irá só fornecer estratégias para combater o extremismo- irá identificar os padrões a que estão sujeitos os processos de radicalização, ou seja, irá continuar e informar a tendência discriminatória de vigilância de indivíduos politicamente e socialmente activos.

É neste contexto que a colaboração da Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra atinge um grau ainda mais perverso, pois Portugal atravessa um período onde a corrupção, mentiras e opressão do Governo Português irá suscitar cada vez mais resistência. Os objectivos do projecto SAFIRE não deixam margem para duvidas: aqueles que demonstram descontentamento com a situação política são (ou poderão vir a ser) acusados de serem indivíduos radicais e portanto, perigosos. Deixa também claro que qualquer tentativa de resistir contra a opressão de forma física é illegitima, practica a qual aliás é protegida pelo Artigo 21.º da Constituição Portuguesa, que estipula que um cidadão Português tem o direito de se defender utilizando a força física se as autoridades não estiverem em condição de o fazer.

Ainda para mais, o projecto SAFIRE tem como producto final métodos e iniciativas que tentaram reduzir os processos de radicalização. É precisamente através deste tipo de projectos que as forças políticas que oprimem a população tentam pacificar as suas vitimas, ao utilizar estratégias psicológicas para desmotivar qualquer tentativa de resistência e para vilificar todo o tipo de activismo político significativo.

A colaboração entre a Universidade de Coimbra e o projecto SAFIRE tem uma importância ainda maior dada a situação política e social de Portugal, nomeadamente em relação à privatização dos recursos estratégicos em Portugal, e as mediadas draconianas de reforma política e consolidação fiscal, as quais não são nada mais nada menos do que a tentativa de asfixiar a actividade económica através de instrumentos financeiros.

Ainda para mais, dentro do ambito do projecto SAFIRE a Universidade de Coimbra irá cooperar com instituições como o ISCA. O ISCA é uma academia Israelita especializada em ‘anti-terrorismo’, e a colaboração com este instituto no âmbito do projecto SAFIRE consiste em tolerar e auxiliar o repressivo mecanismo Israelita, assim como a tentativa de assimilar a sua experiência no que toca à opressão do povo Palestiniano para depois a poder por em pratica em Portugal num contexto político, social e económico cada vez mais sensível e onde as tensões sociais e políticas só parecem aumentar. É preciso compreender que o ISCA situa-se no coração de alguns dos episódios mais sanguinários de Israel, e que ao cooperar com a Universidade de Coimbra, procura branquear a sua imagem ao cooperar com uma academia portuguesa que ela própria sofreu, em 1969, os rigores da repressão fascista. Demonstra também que o mesmo mecanismo de repressão que tem sido imposto sobre o povo Palestiniano irá servir de modelo para estratégias de ‘pacificação’ que serão necessárias em Portugal no futuro próximo visto o descontentamento crescente da população com o Estado.

A cooperação entre a Universidade de Coimbra e o ISCA no âmbito do projecto SAFIRE oferece uma visão absolutamente aterrorizadora do futuro de Portugal, ilustrando a dinâmica oculta da relação cada vez mais tensa entre a população e o ‘seu’ governo.

A Lista de Colaboradores do Projeto SAFIRE, entre os quais estão a Universidade de Coimbra e Rand Corporation

Mas as conclusões que podemos retirar desta colaboração não param por aqui. O projecto SAFIRE tem como colaboradores, para além da Universidade de Coimbra, vários institutos cuja especialidade é avançar e defender os interesses das elites económicas, politicas e financeiras, das quais a que mais merece a nossa atenção é sem duvida a Rand Corporation. Este instituto é uma das organizações que mais tem contribuído para a formulação de estudos que definem a estratégia militar dos Estados Unidos; dois exemplos das suas publicações mais recentes são um trabalho sobre ‘A Construção das Forças de Segurança Afegãs durante a Guerra’, e um sobre o ‘Futuro do Policiamento’.

A Rand Corporation ajudou no seu infame passado a instigar a corrida às armas nucleares na decada de 50, e forneceu estudos estratégicos para o exercito Norte-Americano durante a guerra do Vietnam. Ler a lista de colaboradores que a ‘Rand’ teve no seu passado é como ler a lista dos grandes nomes da história militar dos Estados Unidos, pois inclui nomes como Donald Rumsfeld, Henry Kissinger, Condoleezza Rice, Robert McNamara, e Francis Fukuyama. A Rand Corporation teve tanta influência sobre o complexo militar-industrial Americano que até foi um alvo de paródia no clássico filme de Stanley Kubrick, ‘Dr. Strangelove’, filme onde uma maquina fictícia construída para destruir o mundo inteiro, a ‘Doomsday Machine’, é mencionada como tendo sido o objecto de um estudo da autoria da ‘Bland Corporation’.

Uma imagem vale mil paravras: A escultura na sede da Rand Corporation é uma nuvem atómica construida com correntes

Longe de ser um assunto cómico ou banal, a cooperação da Universidade de Coimbra com o projecto SAFIRE deveria ser alvo de grande preocupação para o povo Português, porque deste projecto estão neste mesmo momento a serem extraídas estratégias para domesticar ainda mais a população enquanto esta sofre cada vez mais sob a opressão do Estado. Este projecto irá também produzir métodos que auxiliam e perpetuam a opressão Estatal não só a nível nacional, como também a nível internacional. Sendo este um projecto multi-milionário apoiado pela União Europeia, será muito difícil fazer com que este seja abruptamente cancelado. Um estratégia mais produtiva porém passaria pela aplicação de pressão sob a Universidade de Coimbra sob forma de uma iniciativa publica, iniciativa esta que teria como objectivo saber quais os resultados deste projecto de investigação para que a população possa saber quais os métodos psicológicos que irão ser utilizados para o seu próprio detrimento no futuro próximo.

João Silva Jordão

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2 respostas

  1. Acho graça á maneira como isto está exposto. Quem ler isto fica com a impressao de que os governos contratam estas empresas para oprimir e impedir o coitadinho radicalista de se expressar.
    Mas é possivel ver isto doutra forma: porque não os governos, especialmente as grandes potencias onde as economias evoluem. as industrias ect.. que contribuem para as ciencias, saude e tecnologia e onde vive o comum cidadao trabalhador que quer constituir familia sem que o incomodem, que estam expostos a ameaças exteriores vindas dos mais diversos ambientes (comunismo, islamismo raidcal,cristaos templarios doidos etc) devido a exploraçoes por exemplo de energia, quererem exactamente conhecer essas ameaças dai a rand estar ligada a militares pois sao eles quem mais experiencias têm no assunto. O resto são balelas, teorias da conspiraçao, truques para controlar as massas. Só cai quem quer, o problemas é o povo ser estupido que nem portas e Portugal ser um pais de cobardes que é o que se trata.

    Vejam a maçonaria: ui! organizaçao de intelectualidades que conspiram e detem o puder! Isso era o que devia ser uma especie de clube restrito, hoje e aqui no portugalito é um clube de pessoas poderosas e saloios que antes do 25 abril andavam a cavar buracos, que trocam influencias e que estam em grandes empresas e ligados á maquina partidaria. ate ao dia em numa reuniao vai tudo pelos ares ou sao ameaçados á seria. Ai fogem que nem pardais e acabase o jogo.
    até lá nao passa disto, continuam a deter influencia nos partidos, tiram cursos aos 30 anos, vao trabalhar para grandes empresas sem saber ler nem escrever, detidas por membros do partido, depois hora do cargo politico como ministro ou açessor e no fim voltam para um cargo de CEO numa empresa em macau que ninguem conheçe, e ainda são Presidentes honorarios do partido com o qual trocaram influencia, isto tudo alimentado pela UE que se esta a cagar quer é resultados de preferencia pouco negativos (visto que mehlor nao se consegue…..)

    Saudaçoes

    1. Pois, pois.. só que, por outro lado, também é muito fácil dizer que é tudo por uma boa causa e que nenhum mal daqui poderá vir – que o digam os judeus alemães, que, ingénuos, lá foram participando e expondo-se inocentemente nos censos, e acabaram com o número da dita ficha tatuado no braço…

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