O Grande Confinamento, o Grande Reset e claro, o Grande Gamanço de Estado

Quando em Março de 2020 entrámos em lockdown total, tivemos de nos adaptar ao novo estilo de vida, aprisionados nas nossas casas, a vivermos com a família toda em simultâneo, por vezes em condições complicadas para a saúde mental. Aumentaram, por isso, os divórcios, a violência doméstica e agravaram-se doenças provocadas pela maior imobilidade. Mas também aumentou o número de grávidas, talvez porque nem todos conseguem pagar o pacote da Netflix, a qual teve um crescimento exponencial em 2020. Aos encarcerados foram, no entanto, permitidas certas liberdades condicionais, para irem dar azo aos seus vícios de consumo, dos mais básicos (alimentares) aos mais fúteis (vestuário de marca ou gadgets inúteis de todo o tipo). Ao aperceberem-se que as suas casas não se encontravam minimamente preparadas para serem verdadeiras Estações Espaciais Orbitais Familiares, os portugueses correram aos sites IKEA para literalmente encherem os bolsos de Jesper Brodin, o CEO da marca sueca. Com o grande confinamento houve ainda layoff’s, despedimentos e falências. Mas a grande maioria dos empresários tentaram adaptar-se à situação, apesar das avultadas perdas, alguns deles alterando um pouco o ramo de atividade como os bares noturnos e discotecas.

A cleptocracia

Depois foi a vez do Grande Reset, anunciado em vários vídeos, pelo World Economic Forum (WEF) de 2020, título da sua iniciativa que, aproveitando o grande lockdown mundial, propunha lançarem-se discussões e soluções para a próxima década no sentido de tornarmos a sociedade global mais sustentável e socialmente mais justa. Suportado fortemente pela instituição United Nations (UN), da qual é uma organização subsidiária para a Economia Mundial, o WEF propunha oito objetivos essenciais para 2030, dois dos quais previam que os Estados Unidos deixassem de ser o líder mundial e que a sociedade ocidental iria ser testada aos limites nos seus valores. Hoje já sabemos que, para estes dois objetivos, o WEF teve o contributo massivo de Donald Trump, que, pelo seu poder e influência, acelerou significativamente o processo do “The Great Reset”. Sobre este tema, proponho a leitura do texto que escrevi recentemente onde desenvolvo mais o tema da figura-fachada do Presidente mais distópico da história dos EUA.

Depois de todos estas “Grandes” mudanças sociais, não poderia faltar uma análise no final do ano, claro, ou seja, o balanço financeiro de 2020 e da Finança Pública. Em notícia avançada pelo Jornal Expresso de 9 de janeiro de 2021, ao abrigo dos vários regimes de exceção impressos à sociedade pelo Governo para fazer face à crise pandémica, foram realizados mais de 400 contratos de valores avultados com privados, sem visto do Tribunal de Contas. Alguns deles foram denunciados publicamente como corrupção, por envolverem empresas geridas por personalidades ligadas diretamente ao Partido Socialista, partido político em Portugal com forte associação à Corrupção de Estado envolvendo nepotismo e desvio de verbas avultadas através da criação de organismos falsos, falsificação de concursos públicos e favorecimento de contratos a boys e empresas com ligações diretas a elementos do partido. Corrupção abundantemente divulgada na imprensa, mas que acaba por ser relativizada pelos arquivamentos dos longos processos em tribunais contra políticos e Corrupção de Estado.

Durante a pandemia as habituais regras de fiscalização do Tribunal de Contas foram totalmente relaxadas o que criou uma janela de oportunidade para a corrupção. O Regime de Exceção criado por António Costa logo no início do confinamento, a 12 de março de 2020, veio permitir o ajuste direto, de avultadas quantias em contratos relacionados com o combate à pandemia, justificado pela “Emergência” e pela “Urgência” da situação. A ausência de fiscalização resultou num abuso cada vez maior, primeiro para ajustes diretos acima de 350 mil euros (limite que vigorou até 24/07/2020) e logo de seguida para valores acima de 750 mil euros (a partir de 25/07/2020). Em apenas seis meses os vários organismos públicos totalizaram uma despesa aprovada “tacitamente” pelo Tribunal de Contas, de cerca de 750 milhões de bens, serviços e obras públicas, incluindo 408 contratos Covid e Não-Covid (no total de 586 milhões).

No ano de 2020 foi tudo À GRANDE…! O Grande Lockdown, O Grande Reset, o Grande Gamanço…!

A Corrupção de Estado do “Sistema”

Texto de Pedro M. Duarte

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