Reposta interessante de João Pedro (autor do blog http://aagora.blogspot.pt/) ao artigo, ‘Quem Ganha com a Fome em Portugal‘. É importante ouvir os dois lados da história, por isso pensei ser importante publicar este comentário como um artigo. Peço desculpa se qualquer outro contribuinte se sentir discriminado por publicar este comentário e não as outros. Pareceu-me ser um comentário relevante que merece ser divulgado, não retirando valor a nenhum dos outros comentários.
“Já que fala das instituições que “ficam a ganhar com a fome”, pergunto-me se também não há grupos velados que ficam a ganhar com a crise, por exemplo, apelando a manifestações todos os fins de semana, ou aparecendo em constantes entrevistas na comunicação social?
Devo dizer que sou voluntário do Banco Alimentar contra a fome desde meados dos anos noventa, e participo em todas as campanhas, seja como voluntário nos supermercados, seja nos armazéns, ou em trabalho administrativo ou de inspecção. e se querem saber, também sou católico praticante e frequento a missa dos jesuítas. Tudo defeitos horripilantes e que mereciam logo que fosse enviado para a Lubyanca, não era? Ora acontece que até hoje, que eu saiba, nunca ganhei qualquer proveito material com isso, exceptuando o lanchezinho dado aos voluntários no fim da campanha, já de madrugada. E as únicas que ganham são os funcionários ao serviço do BA. Esta instituição não distribui os alimentos de qualquer forma: fá-lo a uma quantidade de entidades menores, espalhadas geograficamente pela respectiva região, mediante os pedidos, realizando depois acções de fiscalização para a veriguar da correcta distribuição dos alimentos, coisa que nem sempre acontece.
O BA tem algumas ligações com a Igreja? Sim, sobretudo por razões práticas, mas é uma federação laica. Contribuiu com muitas instituições ligadas à igreja? Com certeza, porque não o faria, sendo estas a maioria das instituições de apoio social? Mas existe em Portugal há vinte anos, época de maior aumento do consumo em Portugal, quando os padrões cresceram enormemente, e quando se falava pouco de fome. Mas ela existia, e o BA sabia disso.
Por isso, a teoria do post não tem bases por onde assentar. O Banco está há demasiados anos no terreno para querer benesses, não apareceu agora. E quais seriam, já agora? A Igreja sempre teve como missão a caridade, quando mais ninguém o fazia, está permanentemente no terreno como sempre esteve. Além do mais, o post é inconsequente: fala de benefícios assacados com a fome, de vantagens a retirar, mas apenas se reporta a tempos idos e não indica uma única que seja. Afinal, de que vantagens se tratam? Como é que a Igreja, e ao que parece o BA, ficam favorecidos com a fome? Económicos, políticos, mediáticos?
Por isso, lamento muito, mas a tese com a qual discordo e que poderia ter pontos de interesse à partida limita-se a ser um panfleto anti-clerical, evocando teorias da conspiração velhas como o Marquês de Pombal sobre jesuítas, e pondo em questão a dignidade e obra de uma instituição tão respeitável como o Banco Alimentar. Lamento, mas há quem julgue que também há almoços grátis e que ajude os outros sem esperar nada em troca. E a Caridade (não a “caridadezinha”) é a maior das virtudes teologais.
João Pedro”
6 respostas
Concordo com a resposta dada, por João Pedro. Sou católoca de formação religiosa, mas prosseguindo na mesma um dia cheguei ao induismo e ao islão, e respeito-as de igual modo. São muitos os caminhos culturais para chegar a Deus, mas uma vez lá chegado, precebemos que Ele é Unico e comum a todas as religiões.
Não fugindo ao tema, julgo que quem lucra verdadeiramente em Portugal com a fome, são os que estão no Governo agindo em cumplicidade com o FMI e o governo sombra alemão, representado pela Merkel. Os nossos politicos, estes ou outros que lá estejam, assim fazem e assim fariariam, pois o SISTEMA os escraviza, corrompe e manipula. É pois o Sistema que tem de ser alterado. Portugal em conjunto com alguns paises da Europa, unidos com a facção tradicional, mais religiosa dos paises Islâmicos, uinidos na essência Divina, que lhes é comum, percebendo, aceitando, e integrando as suas diferenças culturais, podem criar um novo Sistema Mundial de concepção politica, que faça alterar o destino da Humaninade traçado pelos que na Sombra governam os EU e a Alemanha. Estes estão a dar cabo de todo a civilização Islamica no Norte de África, e a por num estado de pobreza, toda a população onde podem “vampirar” ouro à classe média, para fins ainda não devidamente clarificados.
Amigos dizia Bertolt Brecht na Alma Pura
‘onde há aranhas não há moscas’
Fantástico como todos falam dos males dos males, mas não o reconhecem como tal… Sistema Monetário e Religiões… Quando não existirem começaremos aí a ter uma boa hipótese de VIVER…
O sistema monetário e as religiões, têm que evoluir. É necessário repor a virtude, na sistema monetário, e agir segundo a essência divina comum a todas as religiões. O MUNDO TEM SOLUÇÂO…
Obrigado pela oportunidade de mostrar uma experiência que penso que é útil (particularmente nesta situação) e pelo sentido de abertura.
O dinheiro e as religiões são o centro da podridão que está a destruir a humanidade desde á séculos.
Estes foram criados, inventados por alguém para serem uma fantasia colectiva de distribuição de poder e sabedoria controlada por eles mesmos. O problema é que continuamos a alimentar este monstro com a nossa ignorância.