Obrigado Julian Assange!

Julian Assange a ser fotografado quando estava refugiado na Embaixada do Ecuador em Londres.

Em 2008, ficámos a saber que o governo do Quénia tinha em prática uma política de extermínio de cidadãos considerados “indesejáveis”.

Em 2010, ficámos a saber que um ataque dos Estados Unidos no Iraque matou deliberadamente 12 civis desarmados, entre os quais dois jornalistas da agência Reuters.

Nesse mesmo ano, ficámos a saber como eram torturados os prisioneiros da prisão militar dos Estados Unidos em Guantánamo, Cuba.

Ainda em 2010, ficámos a saber que os Estados Unidos tentaram esconder a morte de dezenas de milhar de civis em ataques no Afeganistão, bem como diversos crimes de guerra.

Em 2014, ficámos a saber que as cinquenta maiores economias mundiais preparavam um acordo para desregulamentar o comércio e os mercados financeiros.

Em 2016, ficámos a saber que o presidente interino do Brasil, Michel Temer, funcionou como informador dos Estados Unidos, beneficiando empresas americanas em concursos.

Ainda em 2016, ficámos a saber que Hillary Clinton autorizou a venda de milhares de milhões de dólares de armamento à Arábia Saudita, uma das mais tenebrosas e sanguinárias ditaduras do mundo, ao mesmo tempo que este estado transferia alguns milhões de dólares para a conta da Clinton Foundation.

Nunca um documento divulgado pela Wikileaks foi acusado de ser falso, tendo sido validados como autênticos por diversos órgãos de comunicação, que os publicaram: The New York Times, The Guardian, Le Monde, El País, Der Spiegel, Los Angeles Times. A organização foi premiada pela The Economist, Associated Press, National Newspaper Publishers Association, Bureau of Investigative Journalism, Repórteres Sem Fronteiras, Amnistia Internacional.

Quando, em 1971, o The New York Times publicou o relatório conhecido como “Pentagon Papers”, divulgando que o governo americano mentira acerca dos seus interesses e ações na guerra do Vietname, a Suprema Corte dos Estados Unidos considerou que “só uma imprensa livre pode efetivamente expor as fraudes de um governo”, autorizando a divulgação dos documentos.

Quase cinquenta anos mais tarde, em 2019, pelo contrário, Julian Assange foi preso no Reino Unido, ainda União Europeia, a pedido dos Estados Unidos, depois de ter sido detido no interior da Embaixada do Equador.

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